Uniões de Mangueira de Incêndio

Mangueira de Incêndio – Inspeção e Manutenção

Assim como os extintores, as mangueiras de incêndio também exigem manutenções periódicas, porém, dependendo da cidade ou edificação onde estão instaladas, acabam não sendo vistoriadas em auditorias do Corpo de Bombeiros e Seguradoras.

Mas se você quer proporcionar um ambiente mais seguro, seja em sua empresa ou no condomínio onde mora, ao final dessa leitura você vai estar por dentro dos principais requisitos da NBR 12779 – Mangueira de Incêndio – Inspeção, manutenção e cuidados.

Conteúdo do Post:

  1. Tipos de Mangueira de Incêndio
  2. Inspeção da Mangueira de Incêndio
  3. O que analisar na inspeção?
  4. Quem pode executar as inspeções?
  5. Ensaio Hidrostático de Mangueira de Incêndio (Manutenção)
  6. Como é realizado o ensaio de mangueira?
  7. Reparos e Reempatação
  8. Onde devem ser realizados os ensaios?
  9. E se usar a mangueira antes de vencer a garantia?
  10. Precisa de mangueiras novas?

Tipos de Mangueira de Incêndio

Para uma explicação mais detalhada e técnica sobre os tipos de mangueira de incêndio, recomendo que leiam nosso artigo Tipos de Mangueira de Incêndio, mas de momento, vamos para um explicação mais rápida sobre os tipos disponíveis:

Tipos de Mangueira de Incêndio

Mangueira de Incêndio Tipo 1

Destinada ao uso em edifícios residenciais, para pressão de trabalho de 10 kgf/cm².

Mangueira de Incêndio Tipo 2

Destinada ao uso em edifícios comerciais, industriais e Corpo de Bombeiros, para pressão de trabalho de 14 kgf/cm².

Mangueira de Incêndio Tipo 3

Destinada ao uso na área naval, industrial e Corpo de Bombeiros, para pressão de trabalho de 15 kgf/cm².

Mangueira de Incêndio Tipo 4

Destinada ao uso na área industrial, para pressão de trabalho de 14 kgf/cm².

Mangueira de Incêndio Tipo 5

Destinada ao uso na área industrial, para pressão de trabalho de 14 kgf/cm².

Inspeção da Mangueira de Incêndio

Vamos partir do básico, toda mangueira de incêndio e seus acessórios (esguichos, tampões e chaves storz) devem estar devidamente protegidos dentro de um abrigo, os mais comuns são de chapa de aço e fibra de vidro.

Se você mora em um edifício residencial, onde os hidrantes e mangueiras estão instalados em local coberto, com o abrigo bem fechado (sem chuva, sol, poeira, animais e insetos usando como “moradia”) e ainda com os moradores conscientizados de que aquele é um item crucial para a vida deles em caso de um incêndio, as inspeções podem ser feitas a cada 6 meses.

Agora, se nada disso acontece, você se encaixa no cenário de uma indústria/comércio e deve adotar uma periodicidade menor de inspeção (mensal, bimestral ou trimestral).

Em edificações comerciais e industriais, geralmente se tem um cenário com maior fluxo de pessoas e exposição à intempéries, isso causa uma necessidade de maior efetividade nas inspeções, devido a alguns problemas listados abaixo:

  1. Uso indevido da mangueira para limpeza do local;
  2. Roubo de equipamentos;
  3. Abrigos de mangueiras mal fechados;
  4. Exposição a poeira, insetos que utilizam a boca da mangueira como ninho;
  5. Pássaros, ratos e outros animais que instalam moradia no abrigos e deixam todo tipo de sujeira;
  6. Ambientes úmidos, quentes ou com grande quantidade de produtos químicos;
  7. Danos causados por outros equipamentos, como empilhadeiras e caminhões;
  8. Colaboradores que utilizam os abrigos como armários para pertences pessoais ou do próprio trabalho.

O que analisar na inspeção?

Assim como todos os equipamentos de proteção contra incêndio, é importante que o responsável (Zelador, Bombeiro Civil, Técnico ou Engenheiro de Segurança) tenham uma lista de todas as mangueiras e seus respectivos locais onde estão acondicionadas. Nesta lista, é importante conter informações como:

  • Tipo da mangueira;
  • Comprimento;
  • Espessura;
  • Vencimento do ensaio hidrostático;
  • Local onde está instalada.

Com a lista pronta, então mãos a obra para os itens que merecem atenção:

  • Verifique se a mangueira atende as informações previamente listadas acima ou se foi trocada por algum motivo;
  • A mangueira possui etiqueta de identificação/garantia do último ensaio?
  • As uniões da mangueira giram livremente?
  • Os anéis de vedação estão em bom estado? Aproveite para verificar dos outros itens do conjunto do hidrante: esguichos, adaptadores, tampões e registro globo.
  • O engate rápido da mangueira não contém amassados e estão encaixando perfeitamente nos outros componentes do hidrante?
  • A mangueira apresenta algum dano visível? (Furos, rasgos ou deformidades)
Anel de vedação de Esguicho Regulável
Anel de vedação de Esguicho Regulável

Quem pode executar as inspeções?

A NBR 12779 informa que as inspeções e manutenções devem ser efetuadas por empresa capacitada, assim como as recargas de extintores.

Porém, no mundo real, nem todas as organizações podem contratar uma empresa especializada para inspecionar os equipamentos (extintores, mangueiras e outros equipamentos de segurança), mas isso não significa que um colaborador bem instruído não possa fazer uma inspeção de acordo com as normas.

Ensaio Hidrostático de Mangueira de Incêndio (Manutenção)

A partir da entrega do fabricante, as mangueiras passam a ter validade para a próxima manutenção de 12 meses.

Exemplo: Se uma empresa adquirir 10 mangueiras em Março de 2018, em Março de 2019 elas deverão ser ensaiadas por empresa capacitada.

Como é realizado o ensaio de mangueira?

A empresa contratada para execução deve retirar as mangueiras dos abrigos e levar até uma bancada que tenha de 17 à 32 metros de comprimento, para que as mangueiras possam ser esticadas e com a devida proteção contra rebarbas e cantos pontiagudos que possam danificar a mangueira.

É feito o acoplamento de um dos bocais (união) da mangueira na máquina de pressurização e tampa-se a outra união para que a água e pressão não escapem.

O ideal é que a bancada tenha um gabarito ou trena para que facilite na verificação do comprimento real da mangueira, todas as mangueiras não podem ter menos de 3% do comprimento nominal.

Exemplo: Uma mangueira de 15 m de comprimento nominal (aquele que é pedido na hora da compra), não deve apresentar comprimento real menor que 14,55 m.

Feito isso, ela será submetida a pressão de acordo com o seu tipo, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 1 - Pressão de ensaio da mangueira
Tabela 1 – Pressão de ensaio da mangueira

Após atingir a pressão estabelecida na Tabela 1, as mangueiras deverão segurar a pressão durante 1 minuto. Esse tempo é suficiente para que as mangueiras apresentem seus defeitos, como: furos, deformações (barrigas) e desempatamento das uniões.

Com a mangueira aprovada, a empresa deverá colocar uma etiqueta de garantia.

Caso reprovada, deverá ser identificada com a inscrição “CONDENADA”, próximo às duas uniões e no meio da mangueira.

Reparos e Reempatação

Se a mangueira apresentar problemas em uma de suas extremidades próximas à união, é possível fazer o reparo e reempatação, desde que seu comprimento real não seja reduzido a menos que 3% do seu comprimento nominal. Mas, se o problema for no meio da mangueira por exemplo, ela deverá ser condenada.

União de Mangueira de Incêndio
União de Mangueira de Incêndio

Caso seja possível o reparo, é necessária a substituição da união e anel de expansão, devido a deformação de sua empatação original.

É importante que união e anel sejam substituídos por um modelo certificado conforme a NBR 14349. Assim, é possível garantir que as medidas sejam padronizadas de acordo com o Tipo e Diâmetro da mangueira.

Anel de Expansão
Anel de Expansão

Realizado o reparo, a mangueira deverá ser novamente ensaiada, mas agora seguindo os requisitos de pressão da tabela abaixo.

Tabela 1 - Pressão de ensaio da mangueira
Tabela 1 – Pressão de ensaio da mangueira

Onde devem ser realizados os ensaios?

Os ensaios podem ser realizados na empresa contratada (fornecedor), porém, a edificação do cliente não pode ficar sem mangueiras durante o período de manutenção, daí surgem algumas opções na hora da contratação do fornecedor:

  1. Retirada parcial: o fornecedor retira no máximo 50% das mangueiras por vez para levar para ensaio, deixando os outros 50% disponível em caso de sinistro;
  2. Retirada total: o fornecedor retira 100% das mangueiras e se encarrega de deixar o mesmo montante como reserva durante a manutenção;
  3. Ensaio in loco: todo o equipamento para a manutenção é levado até a edificação do cliente, assim, durante todo o período de ensaio as mangueiras não saem das dependências do cliente.

NOTA: Vale ressaltar que todos os casos acima são aceitáveis, mas acho importante comentar caso a caso. No exemplo 1, a empresa corre um sério risco caso seja “premiada” com um incêndio bem na data que as mangueiras foram retiradas. Já o exemplo 2, garante mais tranquilidade em caso de incêndio, porém, nem todas as mangueiras disponíveis no mercado possuem um alto padrão de qualidade (já vi mangueiras soltarem as uniões logo no primeiro ano de uso, apenas com a pressão água, sem acionar a bomba), e quem garante que as mangueiras disponibilizadas pelo fornecedor serão do mesmo nível da mangueira adquirida pelo cliente. Fica evidente que o melhor cenário então, seria o exemplo 3 (Ensaio in loco), pois, gera maior confiabilidade, segurança e transparência para fornecedor e cliente.

E se usar a mangueira antes de vencer a garantia?

Deve ser imediatamente ensaiada para garantir que não foi danificada durante o uso. A pressão exercida pelo sistema de combate a incêndio (bomba) deixa a mangueira rígida, e sua movimentação faz com que ela fique vulnerável em superfícies quentes, pontiagudas, asfalto (que vai funcionar como uma lixa), terra, veículos que acabam passando por cima.

Precisa de mangueiras novas?

Caso precise adquirir mangueiras de incêndio novas, você pode entrar em contato conosco clicando no botão abaixo.

O Autor
Bruno Alberto Gonçalves

Bruno Alberto Gonçalves

Há 9 anos venho me especializando e acumulando experiência técnica em equipamentos de proteção contra incêndios, área essa que tenho grande apreço e considero extremamente relevante para formação de uma Cultura Prevencionista no Brasil. Em 2017, fundei a Teros Soluções Contra Incêndio para atuar com consultorias, fornecimento de equipamentos e serviços focados nas NBRs 11742, 11861, 12615, 12779, 13434, 15511, 16651 e 17505-4.

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
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Há 9 anos venho me especializando e acumulando experiência técnica em equipamentos de proteção contra incêndios, área essa que tenho grande apreço e considero extremamente relevante para formação de uma Cultura Prevencionista no Brasil. Em 2017, fundei a Teros Soluções Contra Incêndio para atuar com consultorias, fornecimento de equipamentos e serviços focados nas NBRs 11742, 11861, 12615, 12779, 13434, 15511, 16651 e 17505-4.

2 comentários em “Mangueira de Incêndio – Inspeção e Manutenção”

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